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sexta-feira, 14 de março de 2014

"Terrible Two", você já passou por isso?

Estou falando das frequentes crises de birras e malcriações do seu filho(a) por volta dos 2 anos de idade, sempre que sua vontade é contrariada.

Mesmo a mais boazinha e mais tranquila das crianças às vezes surpreende os pais com ataques de choro e gritos, quando se jogam no chão, agridem os amigos, batem a cabeça na parede, mordem e dizem “não” a tudo que lhes é pedido.

Nessa fase, a palavra “não” começa a aparecer em praticamente todas as frases do seu filho e situações simples, como por exemplo, a tentativa de explicar que violeta e roxo são exatamente as mesmas cores, pode causar uma extensa crise familiar porque ele, o baixinho que há pouco tempo habita esse mundo, quer contrariar.
Situações como esta normalmente ocorrem quando as crianças começam a lutar entre sua dependência dos adultos e o seu desejo de independência.

As crianças por volta dos 2 anos estão sofrendo grandes mudanças intelectuais, sociais e emocionais. Seu vocabulário está crescendo, a atividade cerebral está a mil, seus pensamentos estão se organizando e eles estão ansiosos para fazer as coisas por conta própria.

Ao mesmo tempo, eles ainda não são totalmente capazes de se locomover com perfeição, sua comunicação ainda é falha e eles não se expressam como gostariam. Além disso, eles ainda esbarram em outra descoberta: que eles têm que seguir regras!

Tantas mudanças e descobertas podem levar à frustração, ao mau humor e, consequentemente, ao mau comportamento - em outras palavras, os terríveis dois anos ou como dizem "terrible two" na língua inglesa.

A má notícia é que esse comportamento algumas vezes pode se estender até os 4 anos. A boa notícia é que existem maneiras de lidar com isso.

O que os pais devem fazer? Como agir diante desse turbilhão de mudanças no comportamento do filho(a)?

Pois bem, a maioria dos especialistas afirma que quando a criança tem um acesso de raiva, o melhor a fazer é manter a calma e ignorar por completo aquele comportamento. A sua reação certamente servirá de exemplo para ela e se você se exaltar, ela fará o mesmo. Depois de passada a crise de raiva, é importante oferecer à criança conforto e orientação, explicando que você a ama muito e que não precisava agir daquele modo. O mais importante é não deixar que o seu filho estabeleça como padrão o mau comportamento, passando a usar essa estratégia sempre que lhe for conveniente.

Não trate a situação de forma hostil, pois isso só vai deixar a criança ainda mais confusa já que as suas atitudes são para ela exemplos. Nesse contexto, “A punição ou mesmo tirar a criança de perto de outras crianças faz com que demore ainda mais para passar essa agressividade”, explica a psicóloga infantil Adriana Trifone. “Na realidade não é agressividade pura e sim uma fase de aprendizagem onde a criança faz suas experiências e vê as diferenças entre uma ‘mordidinha de amor’ e outra mais forte que vai doer muito no seu amiguinho”.

Outra dica importante é que os pais diminuam o uso da palavra "não", pois as crianças a usam em função de ouvirem os adultos a repetirem a todo o momento. Você pode tentar discipliná-la de outras formas, utilizando frases como: “Nunca maltrate o amigo”, “Fale mais baixo, senão vai acordar o seu irmão”, “Este objeto é da mamãe, vamos usar esse outro aqui mais legal para você brincar!”, “Por que você não faz ‘assim’ ao invés de ‘assado’?”.

Sabemos também que as birras ocorrem frequentemente quando a criança está com fome, cansada ou entediada. Podemos então antecipar essas explosões, prestando atenção aos sinais e reações que eles nos dão, mesmo que não verbalizados. Preparar um lanche, acalmar o ambiente para uma soneca ou jogar uma atividade tranquila antes que ela chegue à fase de potenciais birras podem ser estratégias para evitar as crises.

Enfim, a disciplina é muito importante para que as crianças aprendam a diferenciar o certo do errado, mas não podemos deixar de incentivar a independência deles. E, justamente nessa fase, é o momento de estimular isso. Para fazer de maneira a evitar traumas e discussões, ofereça à criança possibilidades. Pergunte a ela se gostaria de usar verde ou vermelho, sandália ou sapado, tomate ou ervilha e assim por diante, sendo certo que você sempre terá o controle da situação, mas demonstrando que ela tem direito de opinar.

Encorajar a independência de seu filho é ajudá-lo a crescer de maneira saudável. O desafio é fazer dessa fase um momento de fortalecimento de laços e isso dependerá de muita conversa, concessões e estratégia dos pais.

lembre-se, ao aceitar as mudanças que seu filho está passando e mostrar a ele o amor e o respeito, você estará ajudando-o a passar por essa fase difícil, com confiança!

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